A galheta é uma ave sedentária, que não se afasta muito das colónias de reprodução. Excelente nadadora, mergulha rapidamente até profundidades médias de 40metros, graças às suas penas parcialmente permeáveis. Tal como outros corvos-marinhos, depois dos mergulhos fica poisada de asas estendidas para secar as penas e regular a temperatura corporal.
Como identificar
As galhetas adultas têm a plumagem preta com reflexos esverdeados, e uma crista bastante evidente durante a época de reprodução. Distingue-se do corvo-marinho-de faces-brancas (Phalacrocorax carbo) por ser mais pequena e elegante, com o pescoço e bico mais finos, e cabeça mais pequena e arredondada. Em voo mantém o pescoço direito e o batimento de asas é ligeiramente mais rápido.
Som
Excelente nadadora
A galheta captura as suas presas por perseguição debaixo de água, com a ajuda da propulsão das patas, e da cauda que funciona como leme, caçando individualmente ou em grupo. Mergulha até profundidades médias de 40m, a velocidades de 1,7 a 1,9m por segundo.
Reprodução
Esta espécie reproduz-se em colónias, em ninhos construídos por vegetação seca e localizados em falésias, fendas, plataformas, zonas escarpadas e grutas, em que põe 1 a 8 ovos. É maioritariamente uma espécie sedentária, procurando alimento em áreas próximas às colonias, com distâncias entre os 5km durante a época de reprodução, e não ultrapassando os 20km no resto do ano.
População mundial e nacional
A população global desta espécie foi estimada em 230 a 240 mil indivíduos. A grande área de distribuição, combinada com o elevado número de indivíduos, confere-lhe o estatuto de conservação global de Pouco Preocupante, embora a população europeia tenha sofrido um decréscimo de 25% num período correspondente a três gerações.
Em Portugal a galheta apresenta um efetivo populacional bastante reduzido, com menos de 400 indivíduos. No último censo nacional, realizado em 2017, a população era composta por 101 casais.
Ameaças
Como outras aves marinhas, as principais ameaças às galhetas são a competição e mortalidade causada pela pesca comercial, poluição, espécies invasoras, degradação de habitat, e perturbação humana.
Os corvos-marinhos são das espécies mais suscetíveis a morrer afogadas em redes de pesca, a par dos alcídeos (a família das tordas): esta é apontada como uma das principais razões para a baixa taxa de sobrevivência de galhetas.
Como protegemos esta espécie
No projeto LIFE Berlengas, monitorizámos a população de galhetas e avaliámos o impacto das pescas na espécie no arquipélago das Berlengas.
No projeto MedAves Pesca, usámos medidas de mitigação para afastar as aves marinhas das artes de pesca. Este trabalho foi reconhecido com o Prémio Europeu Natura 2000
Como pode ajudar
- Participando nas nossas contagens de aves marinhas (Dias RAM)
- Ajudando-nos a monitorizar as aves que dão à costa