Muitos animais apenas estão ativos durante a noite, ou são tão esquivos que raramente os conseguimos observar. Mas, com algum trabalho de detetive, pode encontrar pistas sobre onde andam e o que fazem. Penas e pelos, pegadas e até dejetos podem contar uma história. No seu próximo passeio pela natureza, caminhe lentamente e procure estas pistas.

 

Pegadas

Preste atenção a zonas enlameadas, onde os animais podem deixar pegadas. Fotografar uma pegada com uma moeda ou uma chave ao lado pode ajudar a estimar o tamanho da pegada, que será útil para identificar quem a terá deixado. Se encontrar várias pegadas no mesmo local, repare em como estão posicionadas, e poderá obter informação sobre como o animal se mexe: animais que saltam, como coelhos deixam conjuntos de pegadas com as grandes marcas das patas traseiras à frente dos pequenos pontos marcados pelas patas dianteiras.

 

Sementes roídas

Bolotas e outros frutos e sementes roídos podem dar pistas sobre quem os terá comido (ou armazenado). Outro indício que revela não só que animais vivem na zona mas também o que comem, são as fezes. Os dejetos de lontra, por exemplo, cheiram geralmente ao peixe e “marisco” que comem, contendo muitas vezes restos reconhecíveis dos mesmos. Tal como nas pegadas, além do habitat onde são encontrados, também o formato, tamanho e posicionamento dos dejetos ajuda a identificar quem os deixou.

 

Penas caídas

No caso das penas caídas, além do formato e tamanho, também a cor e o padrão ajudam a identificar a quem pertenceram. Já uma casca de ovo pode indicar não só quem faz o ninho nas redondezas, mas também quem come esses ovos. Por outro lado, um punhado de pêlos presos numa vedação podem indicar que um texugo ou uma doninha se esgueirou ali por baixo. E uma árvore raspada pode ajudar a estimar a idade aproximada (através da altura) de um javali que ali deixou lama e pelos – vestígios que também podem ser úteis em estudos genéticos.

 

Encontradas as pistas, existe uma panóplia de recursos online e guias de campo que o podem ajudar a identificar os animais que fazem o turno da noite nos seus locais prediletos.