Sonia Neves, Técnica de Comunicação na SPEA, fala-nos da sua missão: dar voz ao trabalho dos colegas e à Natureza que protegem em nome de todos nós.

 

“Olhem bem, porque daqui a uns anos pode já não haver bichos destes.”

 

Ao ouvir as palavras do Rui, só pensei “realmente, estou noutro mundo”. Estava na SPEA há menos de um mês, vinda do departamento de comunicação de um laboratório de biologia molecular, e até àquele momento, a mudança tinha-se traduzido, na minha mente, na agradável novidade de comunicar sobre coisas visíveis, que as pessoas reconhecem. 

 

Mas ouvir o Rui prever o desaparecimento de uma espécie trouxe-me uma revelação: a diferença no impacto real do trabalho dos meus colegas – e nas dificuldades que enfrentam. Ao longo dos anos, este cenário tem-se repetido, com colegas a regressar do campo lamentando que onde em tempos era quase garantido observar certas aves, agora passavam dias em busca de um mero vislumbre. Ou com outros a partilhar fotos de armadilhas que encontraram à entrada dos ninhos, nas colónias de aves marinhas. E aquela revelação inicial tem sido reforçada, em momentos como quando a Ana me confessou, com um aperto na voz: “às vezes pergunto-me se é justo ter trazido filhos para o mundo”.  

 

Com tudo o que veem no terreno, nas decisões políticas, e nas lutas que são obrigados a levar a tribunal, os meus colegas sabem melhor do que muitos a situação precária em que está o nosso planeta. E no entanto… não baixam os braços. Sonham com um mundo melhor, e trabalham – incansavelmente – por essa visão. 

 

Por isso, quando uma colega do mundo da comunicação me pergunta, de vez em quando, “Ainda continuas feliz, lá com o pessoal dos passarinhos?”, a minha resposta é SIM. 

 

Enquanto os meus colegas continuarem a ter forças para eliminar ameaças, restaurar ecossistemas, e mudar mentalidades, eu continuarei, alegre e orgulhosamente, a contar ao mundo como eles atravessam mares e movem montanhas. 

 

A minha missão é dar-lhes voz a eles e à Natureza que protegem em nome de todos nós. Não consigo imaginar inspiração melhor.

 

Porque o que aprendi com a previsão do Rui e a angústia da Ana foi que há esperança. Se eles continuam a trabalhar por um futuro melhor, é porque é possível. Se eles não baixam os braços, o mínimo que eu posso fazer é apoiá-los – e pedir-lhe a si que os apoie também.

 

 

O seu IRS pode ajudar a apoiar a Sonia e os colegas que a inspiram. Atribua à SPEA 0,5% do IRS que o Estado lhe retém, e dê-nos capacidade de continuar a lutar no terreno, nos corredores do poder, e nos tribunais. A si não lhe custa nada, e para a Natureza é uma ajuda preciosa.

 

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Quem é a Sonia?

A paixão por partilhar histórias do mundo natural – de genes a grifos – é o fio condutor do seu percurso profissional. Licenciada em Biologia Aplicada aos Recursos Animais Terrestres pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e Mestre em Comunicação de Ciência pelo Imperial College London, conta mais de 10 anos de experiência em comunicação de ciência. Após 8 anos no departamento de comunicação do Laboratório Europeu de Biologia Molecular (EMBL), juntar-se ao departamento de comunicação da SPEA foi como voltar ao ninho.

 

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