SPEA

Domingos Leitão

domingos.leitao@spea.pt

Associação Guardiões da Serra da Estrela

Manuel Franco

+351 917 419 321

guardioesse@gmail.com

Associação Movimento Estrela Viva

Joana Viveiro

+351  91 933 7338

porumaestrelaviva@gmail.com

Associação Veredas da Estrela

Corinna Lawrenz

+351 964 214 729

ola@veredasdaestrela.pt

Rewilding Portugal

Pedro Prata

+351 912196778

pedro.prata@rewilding-portugal.com

28 associações cívicas e ambientais publicaram hoje uma carta aberta, denunciando a falta de participação efetiva e de transparência do processo de elaboração do Programa de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela.

 

Na sequência da Resolução do Conselho de Ministros de 8 de fevereiro, e comunicado  subsequente, que deu a conhecer um investimento total de €155M e algumas das medidas previstas no âmbito do Programa de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela (PRPNSE), as associações do território solicitam acesso ao Programa aprovado e denunciam várias falhas no seu processo de elaboração. Sublinham que o instrumento tinha sido anunciado pela Ministra Ana Abrunhosa, como um plano que partisse do território, envolvendo as entidades e populações locais, o que acabou por não acontecer.

 

São 28 associações da Serra da Estrela e de âmbito nacional que se uniram para partilhar preocupações e formular exigências relativamente ao que foi anunciado pelo Governo e pelos Municípios da Guarda e da Covilhã.

 

​​Do seu conhecimento do terreno e do historial da gestão do Parque Natural, ressalta a indignação com a falta de modelos de participação, a falta de transparência e uma tendência para uma aposta que foca o investimento público na Serra da Estrela em projetos avulsos em vez de desenhar um plano resiliente, partindo de uma visão de longo prazo.

 

O movimento associativo tem crescido de forma significativa desde 2017 na Serra da Estrela, refletindo a crescente preocupação cívica com o futuro do território.

 

Manuel Franco, presidente da associação Guardiões da Serra da Estrela criada após os incêndios de 2017, afirma: “Houve uma auscultação inicial para a qual algumas associações foram convidadas de forma aleatória, mas não foi um processo abrangente nem suficientemente participado. Fomos confrontados com um comunicado que fala em grandes obras sem uma palavra dirigida à conservação ou resiliência, completamente desligado das verdadeiras origens das catástrofes cíclicas que assolam este parque natural.”

 

Na carta aberta, as associações declaram também que a falta de transparência manifesta na definição e aprovação do PRPNSE impossibilitou a sua avaliação e discussão pública atempada, isto é, enquanto era possível colaborar na elaboração de uma estratégia conjunta para a Serra da Estrela.

Por último, os autores da carta aberta partilham o receio de que o Programa não esteja realmente centrado na urgência de revitalização da paisagem destruída pelos incêndios, uma vez que a maior parte de possíveis projetos entretanto comunicados pelo Ministério e pelos Municípios focam em grandes obras e infra-estruturas, há muito reclamadas pelos poderes locais. Na perspetiva dos signatários, “este programa deveria ter como principal preocupação a sustentação e regeneração de um território de conservação e de prestação de serviços de ecossistema, nomeadamente ao nível da água e dos solos, do carbono e da própria biodiversidade.”

 

Joana Viveiro, do Movimento Estrela Viva, criado também em seguimento da calamidade de 2017, diz: “As associações da Serra da Estrela depositavam neste ‘Plano Marshall’ para a Serra da Estrela, alguma esperança. Mas o processo começou mal, com a falta de envolvimento efetivo da sociedade civil e a pouca transparência na elaboração do documento, que não foi alvo de qualquer consulta pública. Para além disso, este programa deveria ter como principal preocupação a regeneração de um território de conservação e a remuneração justa pelos serviços de ecossistema, e parece-nos que não será bem essa a prioridade!’’

 

Essas preocupações comuns e a vontade de contribuir para uma regeneração efetiva da maior área protegida do país, levaram os signatários a solicitar uma audiência, com carácter urgente, ao Ministério da Coesão Territorial e à CIM-BSE.

 

Mais informação

Carta aberta

 

Signatários

A Geradora – Cooperativa Integral, CRL

Acréscimo – Associação de Promoção ao Investimento Florestal

Associação ALDEIA / CERVAS – Centro de Ecologia e Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens
Associação Guardiões da Serra da Estrela

Associação Veredas da Estrela

Campo Aberto – associação de defesa do ambiente
CIDAMB – Associação Nacional para a Cidadania Ambiental
Coletivo à escuta

Ecoativo – Associação de Protecção e Conservação da Natureza

FAPAS – Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade

FOLGONATUR – Associação Sem Fins Lucrativos

GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente
GO Romaria – Associação Cultural Gouveense

Grupo Lobo – Associação para a Conservação do Lobo e do seu Ecossistema

IRIS – Associação Nacional de Ambiente

LPN – Liga para a Protecção da Natureza

Milvoz – Associação de Protecção e Conservação da Natureza

Movimento Estrela Viva – Associação Cívica pelo Desenvolvimento Sustentável e Integrado da Serra da Estrela

Núcleo Regional da Guarda – Quercus A.N.C.N.

Palombar – Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural

ProTejo – Movimento Pelo Tejo

QUERCUS- A.N.C.N. – Associação Nacional de Conservação da Natureza

Rewilding Portugal

SPBotânica – Sociedade Portuguesa de Botânica

SPEN – Sociedade Portuguesa de Entomologia

Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA)
URZE – Associação Florestal da Encosta da Serra da Estrela

ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável