A gaivota-d’asa-escura é uma espécie migratória. Os indivíduos observados no nosso território têm origem, na sua maioria, no Reino Unido, mas podem ser observadas aves oriundas de colónias mais longínquas, por exemplo na Noruega. Existe também uma pequena população reprodutora em Portugal, espalhada um pouco por todo o território. É comum a sua reprodução no seio de colónias de gaivota-de-patas-amarelas, espécie com a qual chega mesmo a reproduzir-se.
Tal como as restantes espécies de grandes gaivotas, a gaivota-d’asa-escura tem uma grande capacidade de sobrevivência: o record de longevidade para esta espécie foi registado para uma ave proveniente do Reino Unido e Irlanda, que foi abatida a tiro quando tinha já 34 anos.
Tal como a maioria das grandes gaivotas, também a gaivota-d’asa-adulta tem uma pequena mancha vermelha na ponta do bico, que funciona como estímulo para as crias debicarem em sinal de pedido de alimento.
Ocorrendo naturalmente ao longo da nossa costa, representa o exemplo de uma espécie que se adaptou extraordinariamente bem à presença humana. Infelizmente, a sua presença em zonas urbanas, onde descansam, procuram alimento e algumas têm acabado por fazer os ninhos, tem gerado muitos conflitos.
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Como identificar
Mesmo para os observadores mais experientes, é sempre um desafio diferenciar a gaivota-d’asa-escura da gaivota-de-patas-amarelas, principalmente no caso das aves mais jovens. É igualmente difícil distingui-las de outras espécies de gaivota menos abundantes, como por exemplo, o gaivotão-real ou a gaivota-prateada. Os adultos de gaivota-d’asa-escura têm o dorso cinzento escuro ou preto e as patas são normalmente de um amarelo vivo. Os juvenis são pardos e muito difíceis de distinguir dos juvenis das espécies de gaivota indicadas anteriormente. A cabeça mais escura e a ausência de uma “janela” a meio da asa são características que ajudam na identificação.
Situação em Portugal
A informação acerca da população nidificante de gaivota-d’asa-escura no nosso país é muito escassa. Também os últimos censos da população não reprodutora já datam do inverno de 2009-10, quando foram contados 13 500 indivíduos na costa não-estuarina de Portugal continental. Este valor terá sido subestimado, uma vez que, para cerca de 10 000 indivíduos observados, principalmente imaturos, não foi possível definir se pertenciam a esta espécie ou à de gaivota-de-patas-amarelas. É por isso urgente obter informação atualizada sobre do estado da sua população em Portugal, quer em termos de efetivo reprodutor, quer em termos de distribuição das áreas de reprodução e de efetivo não reprodutor.
Como protegemos esta espécie
III Atlas das Aves Nidificantes
Lista Vermelhas das Aves de Portugal
