Considerada a ave marinha mais ameaçada da Europa, a pardela-balear tem o dorso castanho-acinzentado e o ventre branco-acastanhado, mas este contraste é menos marcado do que noutras espécies. Tem um aspeto “barrigudo” e um voo rápido, com um bater de asas energético, que vai alternando com momentos de voo planado. Apesar de pequena, é muito ágil e capaz de enfrentar condições climatéricas adversas.
Como o seu nome indica, esta espécie nidifica nas Ilhas Baleares, em Espanha, atravessando o Estreito de Gibraltar em direção ao Atlântico após a época de reprodução. Mesmo durante os movimentos de migração, não se afasta muito da costa. Faz o ninho em cavidades de falésias costeiras.
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Como distinguir da pardela-do-atlântico
Para os observadores menos experientes, a pardela-balear é difícil de distinguir da pardela-do-atlântico (ou fura-bucho-do-atlântico, conhecido na Madeira por patagarro e nos Açores por estapagado), mas há características que pode procurar.
A pardela-balear apresenta uma mudança gradual de coloração, do dorso castanho-acinzentado até ao abdómen notoriamente mais claro, enquanto a pardela-do-atlântico tem um elevado contraste entre a parte superior preta e a inferior branca. A pardela-balear é também ligeiramente maior. Outra diferença está na posição das patas quando a ave está em voo: na pardela-balear, as patas são projetadas para lá da cauda, enquanto na pardela-do-atlântico as patas não são visíveis.
Portugal: zona de invernada importante
A pardela-balear é considerada a ave marinha mais ameaçada da Europa, e a costa portuguesa é a zona de invernada mais importante para esta espécie, a nível mundial. Com menos de 3200 casais reprodutores e cerca de 20 a 25 mil indivíduos, praticamente toda a população utiliza as nossas águas em algum momento do seu ciclo de vida: aqui encontram o local ideal para recuperar energia antes iniciarem uma nova e exigente época de reprodução.

Ameaças
As principais ameaças a esta espécie são: os predadores introduzidos nas colónias de reprodução (gatos e roedores) e a captura acidental nas pescas, nomeadamente em redes de emalhar, palangre e cerco.
Como protegemos esta espécie
Juntamente com a Sociedad Española de Ornitologia (SEO/BirdLife), somos o BirdLife Species Guardian para a pardela-balear, pelo que temos responsabilidade acrescida na conservação desta espécie.
No nosso projeto LIFE Ilhas Barreira, estamos a melhorar o conhecimento e proteção da espécie na costa do sotavento Algarvio. Para além de estudar a espécie, pretendemos alargar a atual Zona de Proteção Especial da Ria Formosa para o mar, de forma a garantir a proteção da pardela-balear e de outras aves marinhas. Juntamente com os pescadores locais, estamos a caracterizar a captura acidental desta espécie em artes de pesca, para de seguida testarmos e implementarmos medidas para reduzir essas capturas.
Paralelamente, no âmbito do projeto LIFE PanPuffinus! vamos caracterizar a distribuição e ocorrência da espécie na Zona de Proteção Especial Aveiro-Nazaré. Também aqui iremos trabalhar com as comunidades de pescadores locais, de forma a quantificarmos o problema da captura acidental e encontrarmos soluções para o minimizar.