Foi estabelecida a continuação da parceria entre a E-REDES, a SPEA, a Quercus, o ICNF e a LPN com o objetivo de promover a minimização do impacto das linhas elétricas aéreas de alta e média tensão em espécies de aves com estatuto de conservação elevado

 

O Protocolo Avifauna X foi assinado na semana passada, com o intuito de renovar o compromisso da E-REDES, SPEA, Quercus, ICNF e LPN na promoção de soluções de proteção da avifauna. Os protocolos reforçam a Comissão Técnica de Acompanhamento das Linhas Elétricas e Aves — CTALEA — constituída desde 2003 pelas 4 primeiras entidades, a que se juntou também em 2013, a LPN. Estes cinco parceiros colaboram para a implementação de ações de minimização do impacte das linhas elétricas de alta e média tensão na avifauna, visando a sua conservação em Portugal Continental.

 

Ao abrigo destes protocolos tem sido possível identificar os riscos das linhas elétricas na interação com as aves, em particular nas espécies com estatuto de ameaça elevado, sendo “um importante apoio para a correção das linhas elétricas perigosas para a Avifauna”, afirma Maria Graça Lima, Presidente da Direção Nacional da SPEA.

 

Para continuar a aprofundar o conhecimento nesta matéria e definir métodos de abordagem evolutivos, no Protocolo Avifauna X foram introduzidas algumas novidades face aos protocolos anteriores que vão permitir avanços significativos na proteção da avifauna. Assim, há seis novos objetivos a destacar:

 

  • Colaborar no desenvolvimento de um modelo de avaliação da biodiversidade e serviços dos ecossistemas na Rede Secundária de Faixas de Gestão de Combustível (RSFGC) da rede de distribuição com foco na avifauna
  • Promover a melhoria continua dos procedimentos da E-REDES no relacionamento com as autoridades nacionais competentes em matéria de proteção da avifauna
  • Reforçar a articulação com as entidades competentes na investigação das causas de incêndios imputadas à eletrocussão de aves
  • Monitorizar medidas de conservação da biodiversidade em zonas estepárias
  • Melhorar a metodologia de identificação de linhas críticas para a avifauna e avaliar os benefícios ambientais e sociais decorrentes das ações de mitigação em área piloto
  • Sensibilizar stakeholders profissionais para a recolha de dados sobre incidentes com aves na rede

 

Ao longo destes protocolos foi possível desenvolver estudos de prospeção e de monitorização de linhas elétricas aéreas, com produção de cartas de risco de colisão e eletrocussão por espécies alvo. Do mesmo modo as linhas elétricas identificadas, têm permitido a intervenção da E-REDES na introdução de melhores tecnologias disponíveis para minimizar a eletrocussão e a colisão, bem como avaliar a eficácia das várias soluções técnicas aplicadas, ações que têm sido alavancadas através de projetos com financiamento comunitário.

 

A SPEA está também a trabalhar neste mesmo tema no projeto LIFE PowerLines4Birds. Neste projeto pretendemos reduzir o impacto das linhas elétricas de alta e média tensão nas aves selvagens em Portugal e Espanha, para assim melhorar a conservação de aves ameaçadas na Península Ibérica.