Na noite de 12 de agosto todos os olhos estarão nos céus. Um pouco por toda a ilha da Madeira, desde que em zonas com pouca poluição luminosa, será possível observar uma chuva de estrelas – um incrível fenómeno astronómico. Para os mais curiosos, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), em colaboração com o Instituto de Astrofísica das Ilhas Canárias (IAC) e a Associação de Astronomia da Madeira, dinamizará uma atividade na Casa do Areeiro, aberta à população.
Para quem não puder se deslocar ao Pico do Areeiro, será possível assistir em formato online no canal sky-live.tv. Neste canal online, a chuva das Perseidas será transmitida desde a Madeira e também desde o Observatório del Roque de los Muchachos em La Palma, nas Ilhas Canárias, numa sessão recheada de intervenções sobre astronomia e biodiversidade.
Como todos os anos, por esta altura, a Terra atravessa uma nuvem de poeira e rochas deixada pelo cometa Swift-Tuttle em cada uma das suas órbitas em torno do Sol. Como consequência, em noites de meados de julho e agosto, vemos a atividade das Perseidas, conhecida como “Lágrimas de São Lourenço”. Na Europa, na noite de 12 para 13 de agosto, terá lugar a atividade máxima desta chuva de estrelas, embora, este ano, a Lua cheia dificulte a observação durante toda a noite.
Tanto a sessão de observação na Madeira como a transmissão online em direto se inserem numa expedição científica do Instituto de Astrofísica de Canárias que decorre entre 9 e 16 de agosto. Cerca de 20 estudantes e investigadores deslocam-se à ilha da Madeira e Desertas numa sinergia entre os projetos INTERREG Energy Efficiency Laboratories – EELabs e LIFE Natura@night, que decorrem nas ilhas da Macaronésia. O objetivo da expedição é a instalação de fotómetros (pequenos aparelhos que medem a poluição luminosa) e de uma estação MiniO que ficará localizada no Pico do Arieiro. Estes equipamentos vão mapear a poluição luminosa e medir o impacto da luz artificial noturna sobre as aves marinhas, insetos e morcegos.
“A poluição luminosa é um problema global e que afeta não só a biodiversidade com hábitos noturnos, incluindo o ser humano, como também a atividade astronómica. As zonas urbanas sofrem mais com este problema, de tal modo que do centro das nossas cidades é quase impossível observar estrelas”, afirma Cátia Gouveia, coordenadora da SPEA Madeira e do projeto LIFE Natura@night.
O projeto EELabs é financiado pelo programa INTERREG V-A MAC 2014-2020, cofinanciado pelo FEDER da União Europeia, que tem como objetivo a criação de Laboratórios de medição da eficiência energética da luz noturna artificial em áreas protegidas da Macaronésia (Madeira, Açores e Canárias).
O projeto LIFE Natura@night conta com 13 parceiros e tem como objetivo reduzir a poluição luminosa nas áreas protegidas dos arquipélagos da Macaronésia. Ao trabalhar com autoridades locais, pescadores e comunidade para reduzir a poluição luminosa, estaremos também a implementar iluminação mais eficiente, contribuindo para uma melhor gestão de recursos e combatendo as alterações climáticas. Mais informação em www.naturaatnight.spea.pt.
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