A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves desafia os cidadãos a olhar o céu em busca desta ave de rapina. As contagens decorrem durante o próximo fim-de-semana, nesta iniciativa que contribui para a ciência e a conservação da natureza.
Nos próximos dias 2 e 3 de abril, dezenas de voluntários andarão a contar milhafres (Buteo buteo rothschildi) no arquipélago dos Açores. Esta rapina é conhecida pelos açorianos como milhafre ou queimado, sendo conhecida como águia-de-asa-redonda no continente.
Os milhafres podem ser observados por todo o arquipélago, com exceção do Corvo e das Flores, onde não ocorrem. Desde as zonas florestais até aos centros urbanos, geralmente a voar ou pairar no céu, ou poisados em pontos altos de onde possam avistar as suas presas, tais como ratos, aves, coelhos, répteis, anfíbios, insetos e minhocas. Apesar da espécie ser considerada pouco ameaçada, sofre com perdas de habitat, envenenamento e eletrocussão em linhas elétricas.
O Censo de Milhafres decorre anualmente desde 2006. Para além do número de aves avistadas, têm sido recolhidos dados importantes sobre a espécie, tais como o comportamento e utilização de habitats. Em 2021, 84 voluntários contaram 308 aves, estimando-se que existam quase 3000 milhafres na Região, tendo, no entanto, havido um ligeiro decréscimo desde 2019.
A metodologia é muito simples, basta realizar um ou mais percursos a pé, de carro ou de bicicleta, anotando quantos milhafres observou. É recomendável realizar as contagens entre as 10 e as 14 horas, período coincidente com uma maior atividade destas aves. No fim do censo, cada voluntário receberá um certificado de participação e os resultados do censo em primeira-mão.
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Mais sobre este censo, os seus resultados e metodologia
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Alba Villarroya
Técnica de Conservação da SPEA Açores
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