Biólogos e conservacionistas que tentam salvar um dos grupos de aves mais ameaçados do mundo têm agora à disposição um novo pacote de ferramentas, graças ao programa Alcyon. Por todo o mundo, as aves marinhas estão ameaçadas pela perda de habitat de nidificação e pela predação por espécies invasoras, mas a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e os seus parceiros no programa Alcyon em Cabo Verde disponibilizam agora uma ferramenta para ajudar as populações de aves marinhas a recuperar: um pacote de recursos para a construção de ninhos artificiais.
Estes ninhos proporcionam um melhor abrigo contra predadores como corvos ou cães assilvestrados e resistem até ao pisoteio de tartarugas em busca de local para escavar os seus próprios ninhos. O programa Alcyon – um dos programas de conservação de aves marinhas com maior duração na África Oeste – testou vários materiais e avaliou as vantagens e desvantagens de cada um, e os parceiros do projecto irão publicar brevemente um guia prático para ajudar conservacionistas a escolher as melhores opções, as mais duráveis e as menos caras. Para já, foram disponibilizados 3 vídeos didáticos que podem ser usados por biólogos, conservacionistas e voluntários para aprender a construir estes ninhos artificiais e assim contribuir para a recuperação das espécies, aumentando o habitat de nidificação disponível.
O Programa Alcyon juntou várias ONGs cabo-verdianas e internacionais com entidades do governo Cabo Verdiano, e, com o apoio da Fundação MAVA, para aumentar o conhecimento sobre as importantes populações de aves marinhas do país e para tomar medidas concretas para proteger as suas colónias e para diminuir o impacto das ameaças que enfrentam.
“A construção de ninhos artificiais é um excelente exemplo de uma medida concreta, simples e eficaz que pode ser implementada para recuperar o habitat destas aves e melhorar o sucesso reprodutor destas espécies”, diz Pedro Geraldes da SPEA. “Ao partilhar o que aprendemos, esperamos ajudar outros que estão a trabalhar para proteger as aves marinhas, alargando os impactos positivos muito para além do que o nosso projeto por si só poderia alcançar”.
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