O governo anunciou ontem a decisão de construir o novo aeroporto em Alcochete. Juntamente com as outras organizações de ambiente que têm estado nesta luta (Almargem, ANP/WWF, FAPAS, GEOTA, LPN, Quercus, A Rocha e ZERO), congratulamo-nos por estar posta de parte a hipótese do Montijo.

 

“Isto é uma prova de que a cidadania funciona e pode evitar más decisões”, diz o nosso Diretor Executivo Domingos Leitão. “A SPEA e as ONGA portuguesas conseguiram um vitória para a conservação da Natureza, com repercussões para norte e para sul da nossa geografia, que fará a diferença na conservação de espécies migradoras de longa distância, muitas delas fortemente ameaçadas atualmente”, salienta.

 

Após anos de pressão, finalmente tivemos um processo de decisão positivo, com Avaliação Ambiental Estratégica e uma Comissão Técnica Independente a ponderar várias alternativas (chegando à conclusão que o Montijo é inviável do ponto de vista ambiental). No entanto, de entre as possibilidades apontadas como viáveis pela Comissão Técnica Independente, Alcochete é a opção mais problemática em termos ambientais e de ordenamento do território, com muitos elementos que exigirão uma resposta que antecipamos como difícil a ser dada em sede de estudo de impacte ambiental (incluindo o impacto no aquífero e nas aves).

 

Vamos continuar a acompanhar de perto este processo, pois o Aeroporto Humberto Delgado terá de ter fortes limitações de operação pelos prejuízos para a saúde pública, e as medidas para continuar a funcionar até o novo aeroporto estar pronto deverão ser sujeitas a avaliação de impacte ambiental. É ainda fundamental apostar numa rede ferroviária que funcione em complementaridade à rede de aeroportos, atual e futura.

 

A luta até aqui:

Aeroporto: Montijo é inviável, ambiente deve pesar mais na decisão

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Aeroporto: apelamos que se inicie rapidamente a Avaliação Ambiental Estratégica