O Governo Regional dos Açores aprovou a criação da maior rede de áreas marinhas protegidas do Atlântico Norte, que irá proteger 30% da área marinha do arquipélago.

 

“Este é um passo gigante na proteção dos oceanos, e acontece num momento crucial”, diz Azucena de la Cruz, coordenadora da SPEA Açores. “Numa altura em que aumenta a exploração dos oceanos, não só para as pescas mas para outros fins como a mineração e a energia, é fundamental assegurarmos que há áreas que são protegidas para salvaguardar o futuro dos oceanos e do planeta.”

 

Na SPEA temos participado, enquanto especialistas, em todo o processo de criação desta rede de áreas marinhas protegidas desde o seu início em 2019, fornecendo informação e recomendações para que a definição das áreas a proteger fosse baseada em dados científicos.

 

Para já, a rede de áreas marinhas protegidas foi definida sobretudo com base na proteção dos ecossistemas do fundo do mar, mas é um excelente ponto de partida, que esperamos que venha a ser alargado às espécies que vivem na coluna de água e à superfície. Algo que é desde já reconhecido na designação atual, que refere as Áreas Importantes para Aves como zonas prioritárias para virem a integrar esta rede de áreas marinhas protegidas.

 

Aprovada esta proteção de parte substancial dos mares dos Açores, a região terá agora de testar, avaliar e implementar medidas de gestão e fiscalização para a tornar realidade. “Vai ter de haver um processo de transição, que tem de ser justo e digno para os pescadores que dependem do mar para o seu sustento” frisa Azucena de la Cruz.

 

Para garantir a saúde dos nossos oceanos, será importante também aumentar a proteção nas zonas costeiras, já que a ampliação da rede de áreas marinhas protegidas agora anunciada se situa inteiramente em alto mar.