A maior ave de rapina presente nos Açores e na Madeira é o destaque deste censo. Cada arquipélago tem uma subespécie distinta daquela que é a águia-de-asa-redonda presente em Portugal Continental,  a manta (Buteo buteo harterti) na Madeira, e o milhafre (Buteo buteo rothschildi) nos Açores.

 

Esta é uma espécie que facilmente se observa a planar em círculos a grande altitude e ocupa diversos habitats desde zonas florestais, áreas costeiras, pastagens e até mesmo em zonas urbanas. Alimenta-se maioritariamente de roedores, mas também de pequenas aves, insetos e minhocas, tendo um papel importante no controlo de pragas e na saúde dos ecossistemas. O envenenamento, a electrocussão em linhas elétricas e o atropelamento são as principais ameaças que enfrenta.

 

Sendo uma ave fácil de identificar, o envolvimento dos cidadãos nas contagens tem sido frequente e tem permitido acompanhar as populações de mantas e milhafres há mais de uma década. E, infelizmente, os resultados não têm sido animadores, pois, a cada ano contam-se menos aves. No arquipélago dos Açores a população atual de milhafres é de 2082 aves, enquanto no arquipélago dos Madeira, estima-se que a população atual seja de 254 mantas.

 

Esta iniciativa  de ciência-cidadã realiza-se todos os anos, desde 2006, na Madeira e Açores, e contou com a participação de mais de 2500 voluntários. Só assim com um número tão elevado de voluntários é possível obter o volume de informação necessário para o devido acompanhamento desta espécie. E tem sido este o caso nesta iniciativa. No entanto, a escassez de fundos dedicados ao estudo dos milhafres/mantas, reforça a necessidade de angariação de novos voluntários para que se possa garantir o acompanhamento da espécie em ambos os arquipélagos. Este é um objectivo fixado pela SPEA para 2023.

 

Para participar no censo não são necessários conhecimentos aprofundados sobre a espécie pelo que, qualquer amante da natureza é convidado a participar. Trata-se de um censo de metodologia simples e que foca uma rapina de fácil identificação, sendo que os observadores não necessitam de muita experiência em observação de aves. Nos Açores, o milhafre ocorre em 7 ilhas do arquipélago e é a única ave de rapina diurna, o que facilita o trabalho dos observadores.

 

O relatório com os dados anuais sobre este censo, e mais informação sobre a metodologia e forma de participar encontra-se no site da SPEA (www.spea.pt).

 

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Contacto

Azucena de la Cruz

Coordenadora da SPEA Açores

912 735 976

azucena.martin@spea.pt