Perante o aumento da frequência e intensidade dos incêndios florestais no sul da Europa, um novo relatório da WWF e da BirdLife Europe apela a uma mudança urgente na estratégia europeia de resposta a fogos. Em vez de se focarem apenas no combate às chamas, os governos devem apostar numa abordagem preventiva e integrada, que inclua o restauro ecológico, a gestão florestal baseada na natureza e o envolvimento das comunidades locais. O relatório apresenta soluções eficazes, como a proteção de florestas naturais, zonas húmidas e pastagens — que funcionam como barreiras naturais ao fogo — e dá exemplos concretos, como a substituição de espécies exóticas inflamáveis por espécies autóctones mais resistentes, como o sobreiro e a azinheira, no nosso projeto LIFE LxAquila.
Os chamados “megaincêndios” não só destroem biodiversidade e meios de subsistência, como representam perdas económicas estimadas entre 13 e 21 mil milhões de euros por ano — fundos que poderiam ser usados para restaurar vastas áreas florestais. O relatório defende que os fundos públicos devem ser canalizados para soluções baseadas na natureza, em vez de práticas insustentáveis como a queima de biomassa. Só assim será possível reduzir o risco de incêndios, proteger os ecossistemas e criar paisagens mais resilientes, saudáveis e seguras para as pessoas e para a natureza.